segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Avatar


Sabe aquela sensação de que você viu algo pela primeira vez na sua vida? Do tipo quando olha a imensidão do mar quando era pequeno? Ou a textura e cor da neve? Então, foi algo mais ou menos desse tipo que senti ao assistir Avatar em 3D.

Fiquei lembrando os momentos de breve encantamento como esses, ao ficar encarando aquelas samambaias, flechas e plumas que insistiam em sair da tela. Veja bem, eu já perdi a conta de quantas vezes eu já entrei em uma sala de cinema em toda a minha vida. E em todas elas, as imagens projetadas na tela sempre foram as mesmas: o familiar 2D de sempre. É algo quase automático no ritual de se ir ao cinema. Você senta na poltrona, as luzes apagam e o filme começa a se desenrolar na telona. Não existe mais nada a se fazer. É algo relativamente passivo.

Mas não com Avatar. O ritual foi quebrado. A minha supresa foi enorme quando ação se desenrolou nas florestas de Pandora. Pela primeira vez em toda a minha história em salas de cinema, pude experienciar um filme de uma forma diferente: eu via as coisas além da tela. Eu ria e apontava as coisas como se tivesse oito anos de idade. Foi quase constrangedor.

E esse é o basicamente o grande trunfo de Avatar: o de provocar esses sentimentos ao mesmo tempo quando se vai a uma sala de cinema. Aliás, para que o filme seja uma experiência no mínimo relevante, tem que ser assistido em 3D. Sem essa técnica, não é nada além de mais um na grande pilha de filmes de ação/aventura que Hollywood produz em série a cada ano.

Acredito que James Cameron estava tão concentrado em criar essa nova tecnologia, que não deu muita atenção ao enredo. É tudo muito simples, e sem querer parecer esnobe, a trama mais parece saída de um jogo da série Final Fantasy (com direito a um "escolhido" e tudo o mais). O roteiro é de um didatismo (videoblogs pra explicar tudo?) e imediatismo, que você se pergunta o que diabos aconteceu com o cara que escreveu coisas bacanas como Exterminador do Futuro e Titanic. Mas o pior são os personagens rasos, rasos. Tem de tudo: o empresário inescrupuloso e sem sentimentos; o sargento durão e fodão; Michelle Rodriguez fazendo o seu papel de sempre e o herói procurando redenção. Tudo rápido e sem muito desenvolvimento pra que a ação se desenrole logo em Pandora.

Mas, aí você coloca os óculos 3D, e aquelas imagens simplesmente fantásticas te fazem esquecer tudo isso. E Avatar se torna inesquecível.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

500 Dias com Ela


Acho incrível quando um filme consegue essa façanha: transformar personagens em figuras tão reais, que poderia ser qualquer um que você conhecesse. Isso porquê as situações de 500 Dias Com Ela poderiam muito bem ser as suas, a do seu melhor amigo, primo, conhecido do trabalho...enfim, uma história confidenciada a você, depois de algumas bebidas alcoolicas, em uma mesa de bar ou reunião de amigos.

Sim, o filme pode até conter alguns pequenos clichês aqui e ali (a irmã mais nova madura precoce, discursos ensaiados em frente ao espelho), mas o roteiro tem os diálogos mais sinceros e verossímeis que eu tive o prazer de assistir há muito tempo (sim, tô pensando no último deles...aquilo foi foda). Isso sem mencionar na forma até então original de se contar um romance, sem se preocupar com a temporalidade dos fatos que se denserolam na tela (o filme vai e vem durante os tais 500 dias). E ainda conta com a sempre carismática Zooey Deschanel e o achado do filme, Joseph Gordon-Levit (o filme é simplesmente dele). Finalmente, o longa ainda brinca com o próprio cinema (impagáveis as cenas do musical e as paródias dos clássicos europeus) e tem uma das trilhas sonoras mais bacanas da história recente. Isso tudo seria o suficiente para uma conferida, mas tem mais.

Apesar de ser rotulado como "comédia romântica", pelo menos ao meu ver, o filme transcede esse gênero. É algo muito mais próximo do "amadurecer" do que uma simples tentativa de encontrar a sua cara-metade. E esse é o grande diferencial de 500 Dias. Ao invés de focar no romance (como os outros filmes fazem), o longa prefere o foque no longo processo da personagem do Levit até, finalmente, a sua superação. Pensando por esse lado, é quase um filme sobre esperança, por mais brega que isso soe.

Digo isso pois, no curso da vida, sempre encontramos aquelas pessoas que achamos que são as especiais (não apenas em relacionamentos amorosos, mas sim em amizades e todos os tipos de relações). E, quando descobrimos que elas não são tão especiais como pensávamos, sempre temos a tendência de generalizar que existe algo de errado com todas as pessoas e com o mundo.

Mas, 500 Dias Com Ela nos mostra que esse não é o caminho mais saudável. Existe, sim, uma possibilidade de recomeçar, mas só se você tiver maturidade suficiente em enxergar o lado positivo e negativo da situação. O que você aprendeu e o que você descartou. O que você quer levar adiante para a sua vida e o que você quer deixar pra trás.

E mais uma coisa. A vida bem que podia ter os seus momentos musicais, só pra variar um pouco:


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

R.I.P: Orkut

Morreu na manhã de 15 de Dezembro, meu perfil no Orkut. Ele já vinha agonizando há mais ou menos um ano, como consequência de uma falta absoluta de sentido, e mantido vivo apenas por insistência do seu dono.

Obviamente, nem sempre as coisas foram assim. Em meados de 2004, quando o propósito do Orkut ainda estava internalizado de forma bastante eficiente nos usuários, a conta nesse site de relacionamento ajudou a encontrar pessoas que eu não via há muito tempo, parentes perdidos pelo país e, o mais bacana pelo menos para mim, aproximar pessoas com interesses em comum. Era a época de ouro. Além disso tudo, Orkut ainda dava a oportunidade de você se expressar, seja dando as suas opiniões em milhares de comunidades, ou criando o seu perfil da forma como você quisesse (usando fotos, vídeos, frases...).

Mas...depois de um certo tempo, algo de estranho começou a acontecer. Aqueles amigos da época do seu primeiro grau (e que você ficou super animado de ter "voltado" a ter "contato") não fizeram nada além de trocar dois scraps com você. De repente, as pessoas preferiram um recado no Orkut a um telefonema. Os usuários começaram a levar tudo a sério demais, e muitos até ofendidos se você, sei lá, "invadisse" o perfil. Regras mais rigorosas do que as militares em comunidades. Era a virtualização do vida real.

Numa escala ainda maior, as coisas começaram a piorar quando o Orkut virou uma projeção do que os seus usuários gostariam de ser em suas vidas reais um tanto medíocres. Foi aí que o Orkut se transformou, basicamente, em duas coisas: um concurso de beleza e uma espécie de revista Caras para os meros mortais. Era uma invasão de albuns egocêntricos (com as melhores meia dúzia de fotos da vida da pessoa,diga-se de passgem), criação de tópicos completamente inúteis com jogos do naipe "quem é o mais bonito da página", uma competição de quem tinha e conhecia mais amigos, comunidades que reuniam pessoas totalmente esnobes....enfim, uma ilusão da vida real. Todos queriam enxergar suas vidas e das outras atrvés do buraquinho na porta que virou o Orkut.

E isso tudo me cansou. E o cansaço me venceu. Tudo o que eu poderia fazer nesse site, já fiz. Pesoas que eu tinha que conhecer, já conheci. Não quero mais ficar parecendo cool e inteligente em uma página da internet porque, simplesmente, eu não preciso ser assim para mais ninguém, além de mim mesmo. A outra razão é que, sinceramente, quase ninguém se importa também (mas acreditar nisso seriamente é muito niilista da minha parte). Buscar algo que falta na sua vida real no virtual não traz nada além de ansiedade e frustração.

Então, a partir de agora, vou falar mais pessoalmente com as pessoas. Vou receber mais telefonemas no meu aniversário. Vou ler mais, assistir mais filmes e escrever mais.

E se eu continuar essa minha evolução, quem sabe eu não exclua, também, Facebook, LastFM, Filmow, dois blogs ignorados e consiga ser finalmente livre dessa vida virtual tão enfadonha?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Hometown


A sua velha cama, que você sentia muitas saudades, parece um tanto estranha, de repente. Você vira pro lado, pro outro, e não consegue muito bem encontrar aquela posição tão confortável que você sempre esteve acostumado. Isso sem falar no seu quarto. Você não tinha idéia do quanto tudo era grande e espaçoso! As dimensões da sua própria casa se tornam maiores e diferentes, de tal forma que tudo chega a criar uma certa estranheza. Tudo sempre foi assim mesmo?

A sua cidade natal se torna, a partir do momento em que você sai do aeroporto, estrangeira. É difícil reconhecer as ruas, os prédios, os parques. De repente, aqueles lugares que eram tão familiares se tornam tão normais. Como se você jamais os tivesse vistado. Como se não fosse mais parte da sua história de vida.

O melhor fica reservado para o " rever as pessoas." A relação com a sua família adquire um outro significado. Isso porque você, finalmente, dá valor naquilo que de melhor eles possuem (e deixa de se importar tanto com o que eles não têm). O mesmo ocorre com seus amigos. Você se dá conta que, ter uma ligação forte com uma pessoa, é fenômeno raro, e algo a se dar valor. Não importa quem seja.

E de que tudo, restam três certezas: a de que alguma coisa dentro de você mudou (muito embora, você não tenha certeza do quê); de que você deixou sementes plantadas em muitos lugares do mundo; e que você quer ter esse tipo de experiência sempre que for possível.


Essa música da Adele representou muito bem o significado de cidade natal.


domingo, 22 de novembro de 2009

Tarantino Inglório

Não, eu não gosto de Tarantino. "Mas, como assim? Você ama cinema, e não gosta do Quentin Tarantino?" me perguntam, incrédulos, todos os cinéfilos que mantenho contato. "Não", eu respondo. Sabe, acontece. Sou brasileiro e não gosto de futebol, só pra dar um dos inúmeros exemplos de exceção à regra. Obviamente, nesses tempos em que o novo filme com a marca Tarantino, Bastardos Inglórios, está em cartaz nos cinemas, e todos os veículos de comunicação (e todas as pessoas) ovacionando o longa, me sinto, não muito raro, em um daqueles episódios de Além da Imaginação. Eu penso: "Deus, o que há de errado comigo?".



Mas não que não tenha tentado gostar dos produtos Tarantino. Ah, eu tentei...se tentei! Só de Pulp Fiction foram três vezes. Sempre desisti logo depois da famosa dança entre o Travolta e a Uma Turman, quando os personagens começam a dialogar tanto, mas tanto, que mais parece uma peça de teatro.

O que me leva a primeira coisa que eu me dá no saco no Tarantino: os diálogos intermináveis. Nada contra diálogos grandes, mas se eles adicionam alguma coisa à trama como um todo, não existe problema. Mas, nos filmes do Tarantino...Ah! O monólogo sobre o Super Homem em Kill Bill - Volume 2! Ah, as dissertações sobre cinema francês em Bastardos Inglórios! Sim, Tarantino, todo mundo sabe que você ama cinema. E, sim, todo mundo sabe que você é o maior (e mais bem sucedido) geek do indústria do entretenimento. Mas, precisa mesmo escrever vinte páginas de roteiro sobre isso nos seus filmes? Muito mais do que criar uma certa verossimilhança a tudo, esses diálogos me entediam aos montes. Fora de brincadeira, acho que Tarantino tinha que escrever era um livro. Toda essa estrutura narrativa que ele utiliza em Bastardos, por exemplo, com esses capítulos e tudo o mais, parece não caber muito bem em uma linguagem cinematográfica. Não reclamo da falta de ação ou do ritmo dos filmes dele, mas sim de que existe algo que não combina muito bem. Cinema é a ciência de se contar uma história utilizando as imagens. Ao que me parece, Tarantino quer remar contra a maré. Quer utilizar as palavras.

Acho, também, que existe algo de estranho nas personagens que ele cria. Não gosto da forma que ele completamente as descarta a favor da história apenas, e não pelo que provoca no espectador. Nos filmes do Tarantino, as personagens são apenas joguetes do enredo. Tarantino não está preocupado em desenvolvê-las, mas sim em criar reviravoltas, "vai-e-vens" da história (daí veio uma das coisas pela qual ele ficou conhecido: a quebra do paradigma "começo-meio-fim" do enredo). O crítico Pablo Villaça disse algo que eu concordo totalmente: ninguém se emociona assistindo a um filme do Tarantino. Até que nesse Bastardos você começa a sentir algo pelo casal formado pelo Daniel Bruhl e a loira que eu esqueci o nome...até eles morrerem em uma piscina de sangue jorrando.

O que me leva à segunda coisa que eu não gosto: a violência completamente gratuita e descontextualizada. Violência nos filmes do Tarantino é só um gadget visual e nada mais. Parece um fetiche do cidadão. A violência jamais é usada como um auxiliar da história, mas sim como algo separado de tudo, quase uma personagem em si. Um filme do tipo Resgate do Soldado Ryan, por exemplo, ter pernas voando e sangue espirrando na câmera é aceitável. Afinal de contas, é sobre guerra e isso faz parte. Um filme sobre uma mulher que anda por aí com uma espada ninja, decepando membros de pessoas aleatórias que cruzam seu caminho soa um tanto apelativo. Não é a mesma abordagem.

Claro que isso tudo (quase detalhes na visão de alguns) é a minha parte "mimimi". Obviamente, não sou louco o suficiente em não admitir, por exemplo, que Tarantino tira do seu elenco atuações memoráveis (além de de ter um bom gosto para selecioná-los). E que ele também cria umas sequências que dão gosto de assistir, como todo o primeiro "capítulo" de Bastardos, da tensão camuflada, da dúvida criada, culminando na revelação dos refugiados.

Mas, é como dizem: ninguém é de todo ruim. Sempre existe alguma coisa boa até mesmo nas coisas (ou pessoas) que você não gosta. É só encontrar.

O Trailer:

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Orgulho e Preconceito


Vivendo e aprendendo com os filmes. Você assiste um há um certo tempo atrás, mas por algum motivo (talvez uma certa falta de maturidade, ou uma interpretação errada), não consegue compreender a dimensão de tudo. É incrível o que alguns anos a mais podem fazer. De repente, um filme que você jamais imaginou que fosse significar alguma coisa, te ajuda a enxergar a sua vida com olhos mais apurados.

Um desses casos foi Orgulho e Preconceito, a adaptação mais recente do livro, dirigida por Joe Wright. Sim, eu sei que Jane Austen foi mais ou menos a percursora do gênero cinematográfico mais clichêzento de todos os tempos (e, consequentemente, o mais odiado pela esmagadora maioria dos homens): comédia romântica. E, sim, o filme é basicamente sobre um cara rico, bonitão e bem educado que se apaixona por uma moça sem muitos recursos (o sonho de qualquer mulher, obviamente). E que tudo se resolve com um beijo sob o pôr-do-sol (nível de açúcar subindo!), mas tudo é feito de forma tão sútil, sem exageros cinematográficos e de forma tão verossímel que o filme consegue atingir até mesmo o maior dos brutamontes sem coração. E não vou falar na fotografia das mais belas, que dá vontade de dar "print screen" e colocar como papel de parede no seu computador. E nem no elenco dos mais afinados (até mesmo a sem gracinha da Keira Knightley) e da trilha sonora maravilhosa.

Mas, sempre existe aquele componente subjetivo nos personagens que você se identifica na hora. Filmes impecáveis tecnicamente existem aos montes, mas aqueles com enredos e personagens com os quais você compartilha os mesmos pontos de vistas e visão de mundo são poucos. E são esses filmes que, pelo menos pra mim, se tornam os preferidos.

Por isso, quando o Mr. Darcy diz que não tem talento para conversar com pessoas que ele nunca conheceu, impossível não sentir um pouco confortável por não ser o único a agir exatamente da mesma forma. Ou quando a melhor amiga da Elizabeth diz que ela não pode se dar ao luxo de ser romântica porque não existem tantas possibilidades na vida quando se é assim, você se assusta por finalmente perceber que você é exatamente dessa forma. Não é todo dia que você se descobre como romântico assistindo a um filme, e enxerga a vida exatamente como Elizabeth: esperando que tudo aconteça de forma completamente natural, e que todas as etapas da vida sejam respeitadas.

Enrtetanto, é exatamente por esse motivo que continuo gastando grande parte do meu tempo com a sétima arte. É bem melhor (e infinitamente mais barato) ter insights dentro de um cinema do que em um consultório de psicologia. E, como aconteceu em Orgulho e Preconceito, quem sabe na sua vida as coisas não terminem com um final feliz sob a luz do sol?

O trailer:

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Intercâmbio




Existe uma certa "urgência" em todos os sentidos quando você está fazendo um intercâmbio. É, talvez, a única oportunidade de conhecer pessoas de todas as nacionalidades imigináveis, reunidas em um só lugar. Oportunidade igualmente única de trocar experiências e opiniões com pessoas que vivem em ambientes sócio-culturais completamente diferentes do seu. É nessas horas em que você percebe que a sua vida não é tão ruim quanto você pensava, e que o seu país e cidades possuem coisas maravilhosas que você jamais havia percebido. Os seus amigos e a sua família se tornam, de repente, ainda mais importantes pra você, e coisas que pareciam insignificantes antes, agora se tomam importantes. Isso porque você se dá conta, finalmente, que o que torna você ser o que é são justamente coisas pequeninas, como assistir filmes deitado em seu próprio sofá, ou ir ao seu restaurante favorito.

Coisas desse tipo valem mais do que os preços absurdos que as agências cobram. Mais, muito mais. Você vai descobrindo o tipo de pessoa que você realmente é. Porque, pela primeira vez na sua vida, você está sozinho, e não existem muitas pessoas pra e dizer o que fazer, ou melhor ainda, ninguém pra dizer como você é. Tudo recomeça em um país estrangeiro.

E é por tudo isso que essas pessoas se tornam tão importantes de uma hora pra outra. Quando você está em sua cidade natal, todos que são queridos pra você vão estar do seu lado (pelo menos, por muito tempo...dependendo dos rumos que o destino vai levando). Mas, em intercâmbio, os que embarcam nessa jornada de auto-descobrimento ficam por pouco tempo no mesmo barco. Você se acostuma com alguém do seu lado dividindo experiências das mais bacanas, e alguns meses depois, a pessoa não está mais ali.

Pra aproveitar, então, ao máximo tudo, dá-lhe despedidas, fotos, cartões com mensagens, palavras bonitas ditas no aeroporto, abraços e quem sabe até lágrimas. E o que fica são memórias de momentos inesquecíveis.

Acho que o segredo da volta pra casa é justamente esse: viver a vida como se fosse um intercâmbio. Tentar aproveitar tudo e a todos como se fosse por tempo limitado. E dá-lhe abraços, cartões, despedidas em sua cidade natal.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Saudade de um filme.

Geralmente saudade é um sentimento ligado a pessoas, animais, determinadas épocas da vida ou qualquer outra coisa que evoque essa certa nostalgia gostosa de se lembrar. Entretanto...saudade específica de um filme é algo relativamente novo, até mesmo para mim.

Dia desses, do nada, me deu uma vontade enorme de assistir (pela enésima vez) Encontros e Desencontros. Gosto de reassistir todas as vezes em que a vida parece um tanto sem sentido, quando nada parece ser muito importante e, principalmente, quando perco completamente a fé nas pessoas. Mesmo sendo ficção, a história de duas pessoas totalmente perdidas (tanto no sentido figurado quanto no literal) em um lugar estranho que, sem interesse algum, sem pedir nada em troca, conseguem uma ligação especial, me dá esperança de continuar. O problema é que lembrei que havia dado de presente a minha cópia do filme a uma pessoa especial, com a qual tive uma espécie de mini Lost in Translation. Daí, veio a saudade.

A primeira vez que assisti ao filme eu tinha acabado de chegar a casa dos vinte anos. A identificação foi quase que imediata com a personagem de Scarlett Johansson. O estar "preso", sem saber o que fazer da vida e, mais uma vez, não ter a certeza de ser bom em nada foi uma sensação quase bizarra de que a diretora e roteirista Sofia Coppola tivesse se baseado em mim (a única diferença é que ela teria me transformado em mulher, loira, peituda e gostosona...mas só pra disfarçar). Mas, mesmo assim, foi preciso um certo tempo pra considerar o filme como o meu preferido (pelo menos da minha parte....errr...adulta, se é que posso chamar assim). Quatro anos mais tarde, revendo o filme, é que fui perceber que a parte do "encontrar alguém" é o grande chave do longa-metragem.

Ainda não sei explicar muito bem como acontece, mas ao que me parece quanto mais velho você vai ficando, mais difícil é encontrar alguém que você realmente se identifique, que se sinta confortável, que não queria nada em troca além de sua companhia porque ela é agradável. Talvez a superficialidade é proporcional a idade das pessoas, ou talvez seu nível de exigência aumente junto com seus aniversários. O que importa é que cada vez mais fica difícil as amizades, relacionamentos, companhias...e resta uma inquietação.

Enfim...devaneios onde eles não foram chamados. Mas, ilustram por quê gosto tanto filme a ponto de ter camiseta e tudo o mais (quase um nerd-cult eu).

E você? Tem saudade de algum filme?

O trailer:



quarta-feira, 17 de junho de 2009

No more Exterminador do Futuro!

Daí você, um diretor vindo de um filme trash até o último frame (Piranhas 2), surpreende a todos fazendo um dos filmes de ação mais bacanas de todos os tempos, chamado Exterminador do Futuro. Dois anos depois, supreende mais ainda assumindo a sequência de Aliens - O Oitavo Passageiro, em um dos poucos casos na história do cinema em que o segundo filme é melhor que o original. Depois disso, consolida de vez o seu nome escrevendo e dirigindo o segundo Exterminador do Futuro (Julgamento Final), fazendo com que o filme seja um marco em inovações tecnológicas e influência a todos os filmes do gênero no futuro.

Daí você, com sua mente criativa a mil, quer se dedicar a outros projetos mais interessantes, e acaba deixando a sua criação um pouco de lado. Quem sabe no futuro não retorne a esses personagens? Então, do nada, o que faz algum produtor espertalhão? Mais uma sequência! Mas, obviamente, sem o time criativo original. Afinal de contas, nem é preciso. Primeiro porque as pessoas nem vão notar a diferença. E segundo porque o objetivo não é muito bem continuar a história da melhor forma possível, mas sim ganhar o máximo de dinheiro possível explorando uma marca de sucesso.

Disso, vieram Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (que, honestamente, não vale uma linha de review), e mais recentemente Exterminador do Futuro: A Salvação.
O quarto capítulo até começa promissor com sequências de ação inspiradas do diretor McG (sem os exageros cometidos naquelas bobagens de As Panteras), e com um certo ar apocalíptico contido no segundo filme. Quase havia esperança. Mas, logo depois as coisas começam a se perder em tramas paralelas (como assim um filme sobre o messias John Connor dá mais ênfase na dupla exterminador bonzinho e futuro Connor Pai?) e liberdades criativas das mais constrangedoras (exterminadores-motos e exterminadores.....errr....enguias!)

E tudo bem que queriam fazer "homenagens" aos filmes anteriores, mas nesse último era realmente necessário que a sequência final se passasse em mais uma fábrica com exterminadores derretendo? E tinha que ter o Governator mais uma vez? Não existe filme de Exterminador que não se sustente sem a presença (mesma que digital) de Arnold Schwarzenegger? Dos males o menor, pelo menos conseguiram encaixar de forma decente o enredo original usando o personagem Kyle Reese, o pai do futuro líder Connor (e prestem atenção no ator Anton Yelchin que simplesmente rouba a cena aqui, e roubou em Star Trek...uma grande promessa vem aí).

E pensar que o plano é de fazer desse novo filme mais uma trilogia...deixem os Exterminadores em paz!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Love is a Losing Game

Não...a proposta desse blog (nascido e destinado ao ostracismo e fracasso imediato) nunca foi o de ser pessoal. Entretanto...a semana que se passou e, especialmente, a data de hoje pedem um post especial sobre a minha música favorita (escutada a exaustão) da minha cantora favorita.

Não sei o motivo de gostar tanto dessa música. Acho que é uma mistura entre ser simples, mas sem ser superficial (pra mim, música tem que ser exatamente assim...não suporto música esquisita). Gosto, também, do fato da musicalidade natural da letra. E, claro, da voz belíssima da Amy Winehouse e de como ela canta com completa transparência, sem constrangimento em se mostrar, em expor sentimentos. E é engraçado, pois não é uma música romântica. Pelo contrário, é sobre o desacreditar no amor, sobre a impossibilidade de se concretizar esse amor. Mas, acho que soa romântica aos ouvidos de quem pelo menos simpatiza com uma visão pessimista do amor...ou então, pela esperança de se viver um amor que não dá certo, e disso compartilhar o que a música propõe de forma tão honesta: love is a losing game.

Aliás, é essa honestidade que faz Amy se destacar de todas as outras figuras pop da atualidade. Sua música e atitudes são naturais. Nada ali é ensaiado e gratuito. E pessoas percebem isso. De forma tal que, mesmo com a enxurrada de problemas pessoais e profissionais, é idolatrada, copiada e seguida. E, sim, ela é drogada, bêbada, anti-profissional, mimada, estranha...mas, uma artista excepcional, talentosa e compositora de mão cheia (mas isso é assunto pra outro post).

Existem várias versões de Love is a Losing Game.
Essa aqui é a original do CD Black to Back, que já me fez ficar viciado, completamente:



O YouTube possui vários vídeos acústicos da música. Pessoalmente, acho a apresentação de 2007 da festival de jazz SXSW a melhor:



Mas, é na versão do DVD Live in London que Amy se supera, mostrando que artistas de verdade soam melhor ao vivo do que em estúdios:



Love is a Losing Game

For you I was a flame
Love is a losing game
Five story fire as you came
Love is a losing game

One I wish I'd never played
Oh, what a mess we made
And now the final frame
Love is a losing game

Played out by the band
Love is a losing hand
More than I could stand
Love is a losing hand

Self professed... profound
Till the chips were down
...though you’re a gambling man
Love is a losing hand

Though I battle blind
Love is a fate resigned
Memories mar my mind
Love is a fate resigned

Over futile odds
And laughed at by the gods
And now the final frame
Love is a losing game

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sobre Grey's Anatomy e Brothers and Sisters


Sendo uma pessoa eclética, gosto de assistir bastante coisa. O gênero "drama" sempre está incluso nas minhas preferências televisivas, mas confesso que hoje em dia anda difícil acompanhar na telinha qualquer coisa relacionada ao dramático.

Juro que tentei, de todas as formas possíveis, assistir (e gostar) das duas séries mais mainstreams do momento: Grey's Anatomy e Brothers and Sisters. Mas, não consegui....



Dramas familares sempre me chamaram a atenção. Nem tanto pelo lado de identificação, mas mais pelo fato de que a história de uma família (e, consequentemente, uma série sobre ela) carrega consigo um potencial enorme de drama, questionamentos, conflitos, etc. Entretanto, pelos episódios que eu assisti de Brothers and Sisters não vi muito disso. Desisti quando em determinado episódio, os Walkers (a família em questão) resolve fazer uma intervenção em um dos irmãos que estava se drogando desde que retornou da guerra no Oriente Médio. O que prometia ser um grande ápice do episódio (talvez até da temporada) foi decepcionante: não foi mais do que uma cena em que tudo se resolveu de forma mais simples. Depois disso, a história se concentrou em piadinhas sobre o relacionamento da matriarca e outras coisas desinteressantes. O que eu disse antes: ao invés de se concentrar no drama, no conflito, a série sempre se foca em coisas que não a fazem interessante (pelo menos pra mim). É assim em todos os episódios. Deu saudade, mas muita saudade da família Salinger de Party of Five (essa, sim, teve um episódio dos mais emocinantes e intensos de intervenção).


Essa mesma superficialidade me incomoda em Grey's Anatomy. Só que neste caso, o drama é substituído em uma pegação sem fim entre os médicos de Seattle (é quase uma micareta médica). No episódio em que eu desisti, Grey tentava lidar com os problemas em ter uma mãe internada em consequência de uma doença degenerativa. Só que, novamente, ao invés de lidar com todo o potencial de se ter uma mãe que, gradualmente, não se lembrará mais da filha (que, ainda pior, foi uma médica brilhante) e todas as consequências disso, o episódio se focou em uma festa que a própria Grey deu em sua casa para, de acordo com sua narração em off, "esquecer todos os problemas e curtir a vida". Assim mesmo, como se tivesse 16 anos de idade. Deu até vergonha alheia. Quando eu me lembro de ER com seus personagens médicos que tinham dramas semelhantes a de uma pessoa comum também dá saudades. E mesmo que, às vezes, médicos se pegassem, ninguém ficava contando detalhes sexuais de suas vidas.

Acho que o jeito é assistir as séries da HBO.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Índia

O país do momento é a Índia. Pelo menos aqui no Brasil vai ser o tema de vários almoços de família, conversas em mesas de bares e em salões de beleza por dois produtos culturais atualmente de sucesso: a novela Caminho das Índias e o filme Quem Quer Ser Milionário?

Apesar de não assistir novelas pelo simples fato de que existem coisas bem mais interessantes, posso afirmar que, como qualquer outro exemplo desse tipo de produto, a visão que se tem da Índia provavelmente deve ser esteriotipada e superficial.

O filme, por sua vez, possue a visão oposta extrema. Sem concessões, o diretor Danny Boyle não se refreia a mostrar toda a pobreza de um país em que a desigualdade social é uma das mais gritantes do mundo.Também não se constrange em usar essa pobreza radical como pano de fundo de um enredo complexo, em que um rapaz pobre usa sua experiência de vida para responder perguntas em uma espécie de Show do Milhão indiano. Um tanto apelativo por uns momentos, o filme mais vale como entretenimento da melhor qualidade.

Porém, acredito eu que uma visão melhor sobre a Índia está no documentário Nascido em Bordéis. O filme acompanha a trajetória de um grupo de crianças nascidas em Calcutá, uma cidade formada basicamente pela prostituição (sendo, também, o futuro da grande maioria de quem ali nasce). A fotógrafa americana Zana Briski, impressionada com a curiosidade das crianças pela fotografia, decide dar um workshop com noções básicas. Disso, saiu uma interessante e talentosa visão de mundo através do olhar das crianças.

O mais emocionante e tocante de tudo é perceber que, mesmo em condições extremas de pobreza e sem perspectiva alguma, as crianças têm uma alegria de viver que ultrapassa qualquer dificuldade. A parte em que elas veem o mar pela primeira vez é de encher os olhos, e faz qualquer um questionar seus próprios valores e objetivos. E Zana Briski faz isso tudo sem recorrer a sensacionalismos e melodramas, o que lhe valeu o Oscar de melhor documentário em 2005.

O trailer do documentário:

sexta-feira, 6 de março de 2009

Jonas Brothers

Eu não tenho nada contra essas sensações adolescentes. Pelo contrário, acho que são necessárias para o longo e penoso caminho até uma certa maturidade intelectual e cultural. Existe algo até mesmo de saudável nelas, mesmo porque ninguém já nasce lendo/ouvindo/assistindo o que existe de melhor no mundo cultural. Fora o fato de que algo estritamente pop é sempre bem vindo para os momentos em que tudo o que você necessita é de algo levemente desprentesioso (a última a que me aventurei foi Crepúsculo, e não me arrependi).


Foi assistindo a última edição do Grammy Awards é que fui me deparar, pela primeira vez, com esses Jonas Brothers. Ídolos de 10 entre 10 garotas de doze anos de idade, obviamente, eu já havia ouvido falar nos rapazes. Mas, se apresentando ao vivo foi a primeira vez, e confesso que não consegui enxergar nada além de muito marketing da Disney.

Particularmente, acho que verdadeiros artistas provam que realmente o são quando estão no palco, se apresentando. É lá que mostram que não são truques de estúdio; que na verdade são superiores a suas versões digitalizadas; que conseguem provocar reações da platéia de forma espontânea e por nada mais além da música, e não por beleza ou por pedidos insistentes para que todos se animem (os tais dos "come on, come on"....ou, na versão brasileira - baiana "tira o pé do chão, tira o pé do chão"). Pelo menos é tudo isso que eu percebo nos DVD's de shows de artistas que eu admiro. Algo completamente ausente na apresentação dos irmãos no Grammy. Me espantou o fato de que a premiação mais famosa da música tenha dado espaço a esse tipo de atração em detrimento a artistas muito mais talentosos.

E não querendo ter ataques de saudosismo ou coisa parecida, mas quando eu era adolescente haviam três irmãos que também tocavam e cantavam, e eram ídolos das garotas: os Hansons. Acho que eles eram bem mais talentosos do que esses Jonas. Mas, também sei que a indústria é cíclica, e que a cada dez anos sempre tentam repetir os ídolos.

E mais uma coisa: eu não queria falar sobre isso, mesmo porque o que as pessoas fazem (ou deixam de fazer) com suas genitálias, bocas e orifícios realmente não me importa. Mas como os irmãos usam um anel simbolizando um voto de castidade, eu não tenho certeza até onde isso funciona como um golpe de marketing (algo como um desvio da atenção da música que eles fazem para outra coisa) ou como, de fato, uma filosofia de vida. Só posso imagunar o tamanho da força de vontade que se deve ter por ter vinte anos e pouco, ser famoso, rico, bonito, com todas as garotas querendo....errrr...te dar, e permanecer casto.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Na Natueza Selvagem


É impossível ficar indiferente ante a figura de Chris McCandless. Nascido em família financeiramente bem estruturada; aluno brilhante; inteligentíssimo; bonito; com futuro promissor depois de anos dedicados a uma brilhante passagem pela universidade, resolve jogar tudo para o ar, doa sua poupança para caridade, pega seu carro velho (e depois o abandona) e some no mundo, sem dar notícas a ninguem, sua família inclusa. É encontrado dois anos depois, morto, em um ônibus abandonado no meio da mata no estado do Alasca. Talvez por ser uma daquelas figuras que, de fato, faz algo que a grande maioria das pessoas apenas deseja fazer, ou talvez por ser um daqueles poucos que querem resgatar aqueles velhos valores há muito esquecidos nessa sociedade um tanto nociva, ou talvez por provocar justamente o sentimento contrário (de que ele não passava de um egoísta, megalomaníaco e tolo), o fato é que McCandless, de uma forma ou de outra, fascinou e intrigou uma legião de pessoas.

Uma delas foi Sean Pean, de forma tal que escreveu e dirigiu Na Natureza Selvagem. Fato que provou, pelo menos pra mim, que além de um grande ator (ganhou o segundo Oscar da carreira recentemente) é ótimo roteirista e diretor de mão cheia. O filme tem todas qualidades que fazem dele excelente: elenco afinado (Emilie Hirsch provou ser mais do que ator teen), trilha sonora exclusiva de Eddie Veder e roteiro enxuto e comedido nos momentos certos.



Mas, é no livro que inspirou o filme é que se tem uma experiência mais profunda na vida e na jornada mortal de MacCandless. Apesar de todas as qualidades listadas acima, o filme não deixa esconder uma visão um tanto determinista de que a família de Chris foi a responsável por todas as suas ações até a decisão de sumir pelos EUA. Não chego a culpar Sean Pean (aliás, quem sou eu pra falar algo do cara? Talvez só pelo fato de ter batido na Madonna, pois não se bate em mulher, mesmo que ela seja a Madonna. Mas, isso é pra outro post), pois não existe como frear a vontade de se buscar uma explicação para o que McCandless fez. Aceito todas as liberdades criativas. Entretanto, pelo livro do jornalista Jon Krakauer a imagem que se tem da família é de uma amorosa e orgulhosa de seu filho de currículo impecável. Nada de brigas homéricas como as mostradas no filme. O que se nota pelo livro é um McCandless cada vez mais recluso em si mesmo, cada vez mais se sentindo inadequado em uma sociedade a qual não queria pertencer. Enfim, de um rapaz com problemas, sim, mas com ele próprio e com ninguém mais.

O livro só se perde um pouco quando o autor resolve compartilhar as suas próprias experiências de isolamento quando também era jovem (não é tão interessante quanto a de Chris), mas os "bonus" que se tem apenas no livro (como o final de partir o coração em que o autor acompanha os pais em uma visita ao ônibus onde o filho foi encontrado) o fazem valer mais a pena do que o filme.

Mais do que recomendado.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Adele

Estreando esse blog sobre coisa alguma, mas de certa forma sempre abrangendo todas as coisas vou ter que falar sobre a cantora que não sai dos meus ouvidos (declaração quase literal, uma vez que só dá ela no meu Ipod nas longas viagens de ônibus pela minha cidade outrora tranquila): Adele

Quando o segundo CD da Amy Winehouse estourou pelos quatro cantos do mundo, e os chefões das grandes gravadoras perceberam que músicas com um flerte no jazz e soul clássico podem vender como qualquer outra música estritamente pop, eles acabaram por procurar aritstas parecidas com a Sra. Winehouse. Disso, vieram Lily Allen, Duffy e agora Adele. Mas, pelo menos na minha opinião, a última se destaca.

Com apenas 19 anos de idade (idade em que gravou o primeiro CD, intitulado 19), Adele é madura para sua idade, o que se percebe pela tanto pela sua música quando pela voz. Inglesa, já foi coroada pela imprensa britânica com a nova Amy Winehouse. Como eu odeio essas comparações da imprensa, (quando é que as pessoas vão entender que todo ser humano é único e diferente? Não existe isso de procurar o mesmo em outros...mas, enfim, estou divagando) afirmo que Adele tem voz mais bonita, forte e sem os exageros da Amy. Adele só perde n
as letras, pois se mostra pouco e canta sobre sentimentos gerais.

Recentemente, ganhou o Grammy de revelação e a publicidade em torno do prêmio, com toda certeza, vai impulsionar uma bem sucedida carreira internacional. O destaque do primeiro CD vai para "Chasing Pavements", "Right as Rain" e "Melt My Heart to Stone". Mas sugiro a versão Deluxe com um disco extra com mais cinco músicas ao vivo. São nessas em que se percebe todo o potencial vocal da cantora. Simplesmente de arrepiar.