
"Elas não sabem o que é ser fã, sabe? Amar tanto uma música ou banda que chega a doer", comenta uma das personagens de Quase Famosos, o filme mais autoral do diretor Cameron Crowe (que depois disso só fez coisas contrangedoras do nível Elizabethtown e...irgh!...Vanila Sky. GOD!). E essa frase resume basicamente o tema do longa: amor incondicional pela música.
Mas, não apenas essa paixão, muita das vezes, platônica. Mas, além disso, todos os desdobramentos da indústria músical, desde a sua produção, passando pelo relacionamento dos artistas com seus fãs e chegando até a crítica musical. O texto sarcástico do Crowe (que só ficou nesse filme mesmo, infelizmente) não perdoa ninguém, mas ao mesmo tempo não transforma as personagens em caricaturas constrangedoras.
Como o caso da groupie Penny Lane, interpretada pela Kate Hudson (um dos poucos papéis de substância da carreira). Seria fácil fazer uma groupie completamente inconsequente e interesseira, mas Cameron prefere criar uma tão carismática, que é impossível não sentir apenas simpatia e torcer por ela. O mesmo pode ser dito sobre os integrantes da fictícia Stillwater (que na vida real seria Led Zeppelin, que o próprio Cameron Crowe seguiu em turnê para escrever uma reportagem especial para a Rolling Stone. E isso quando adolescente. Sim, o cara rules!). Ao invés de retratar o esteriótipo sexo-drogas-rock'n roll (dã!), o diretor-roteirista não esqueceu de, também, deixar bem claro que rock stars podem ser mesquinhos, vazios e mimados.
O melhor, entretanto, fica para a mãe do protagonista, Elaine, com uma das interpretações mais engraçadas da Francis McDormand. É dela as falas mais engraçadas do filme ("Rock stars have kidnapped my son"). E o topo da cereja fica com a personagem do Philip Seymour Hoffman, o editor concorrente da Rolling Stone, Lester Bangs. O diálogo ao telefone entre ele e o protaganista, em fase "stuck" da reportagem, é de cortar o coração ("I'm always home, man. I'm uncool"). E, claro, todo o processo de perda da inocência de William Miller, personagem principal, em um ambiente onde nada é inocente.
E é com Lester que Cameron Crowe fala por si. Que música, muito mais do que passatempo, pode ser um estilo de vida que define toda uma visão de mundo. Mas, mesmo assim, o endeusamento que o show business transformou os artistas só mostra como somos influenciados por uma indústria apenas interessada em uma coisa: fama. Mas, pessoas famosas, ao final do filme, são como outras quaisquer: frágeis e cheias de defeitos.
E que músicas devem ser apreciadas pelo o que elas são: aquela coisa amamos tanto que às vezes chega a doer.
Mas, não apenas essa paixão, muita das vezes, platônica. Mas, além disso, todos os desdobramentos da indústria músical, desde a sua produção, passando pelo relacionamento dos artistas com seus fãs e chegando até a crítica musical. O texto sarcástico do Crowe (que só ficou nesse filme mesmo, infelizmente) não perdoa ninguém, mas ao mesmo tempo não transforma as personagens em caricaturas constrangedoras.
Como o caso da groupie Penny Lane, interpretada pela Kate Hudson (um dos poucos papéis de substância da carreira). Seria fácil fazer uma groupie completamente inconsequente e interesseira, mas Cameron prefere criar uma tão carismática, que é impossível não sentir apenas simpatia e torcer por ela. O mesmo pode ser dito sobre os integrantes da fictícia Stillwater (que na vida real seria Led Zeppelin, que o próprio Cameron Crowe seguiu em turnê para escrever uma reportagem especial para a Rolling Stone. E isso quando adolescente. Sim, o cara rules!). Ao invés de retratar o esteriótipo sexo-drogas-rock'n roll (dã!), o diretor-roteirista não esqueceu de, também, deixar bem claro que rock stars podem ser mesquinhos, vazios e mimados.
O melhor, entretanto, fica para a mãe do protagonista, Elaine, com uma das interpretações mais engraçadas da Francis McDormand. É dela as falas mais engraçadas do filme ("Rock stars have kidnapped my son"). E o topo da cereja fica com a personagem do Philip Seymour Hoffman, o editor concorrente da Rolling Stone, Lester Bangs. O diálogo ao telefone entre ele e o protaganista, em fase "stuck" da reportagem, é de cortar o coração ("I'm always home, man. I'm uncool"). E, claro, todo o processo de perda da inocência de William Miller, personagem principal, em um ambiente onde nada é inocente.
E é com Lester que Cameron Crowe fala por si. Que música, muito mais do que passatempo, pode ser um estilo de vida que define toda uma visão de mundo. Mas, mesmo assim, o endeusamento que o show business transformou os artistas só mostra como somos influenciados por uma indústria apenas interessada em uma coisa: fama. Mas, pessoas famosas, ao final do filme, são como outras quaisquer: frágeis e cheias de defeitos.
E que músicas devem ser apreciadas pelo o que elas são: aquela coisa amamos tanto que às vezes chega a doer.