segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

500 Dias com Ela


Acho incrível quando um filme consegue essa façanha: transformar personagens em figuras tão reais, que poderia ser qualquer um que você conhecesse. Isso porquê as situações de 500 Dias Com Ela poderiam muito bem ser as suas, a do seu melhor amigo, primo, conhecido do trabalho...enfim, uma história confidenciada a você, depois de algumas bebidas alcoolicas, em uma mesa de bar ou reunião de amigos.

Sim, o filme pode até conter alguns pequenos clichês aqui e ali (a irmã mais nova madura precoce, discursos ensaiados em frente ao espelho), mas o roteiro tem os diálogos mais sinceros e verossímeis que eu tive o prazer de assistir há muito tempo (sim, tô pensando no último deles...aquilo foi foda). Isso sem mencionar na forma até então original de se contar um romance, sem se preocupar com a temporalidade dos fatos que se denserolam na tela (o filme vai e vem durante os tais 500 dias). E ainda conta com a sempre carismática Zooey Deschanel e o achado do filme, Joseph Gordon-Levit (o filme é simplesmente dele). Finalmente, o longa ainda brinca com o próprio cinema (impagáveis as cenas do musical e as paródias dos clássicos europeus) e tem uma das trilhas sonoras mais bacanas da história recente. Isso tudo seria o suficiente para uma conferida, mas tem mais.

Apesar de ser rotulado como "comédia romântica", pelo menos ao meu ver, o filme transcede esse gênero. É algo muito mais próximo do "amadurecer" do que uma simples tentativa de encontrar a sua cara-metade. E esse é o grande diferencial de 500 Dias. Ao invés de focar no romance (como os outros filmes fazem), o longa prefere o foque no longo processo da personagem do Levit até, finalmente, a sua superação. Pensando por esse lado, é quase um filme sobre esperança, por mais brega que isso soe.

Digo isso pois, no curso da vida, sempre encontramos aquelas pessoas que achamos que são as especiais (não apenas em relacionamentos amorosos, mas sim em amizades e todos os tipos de relações). E, quando descobrimos que elas não são tão especiais como pensávamos, sempre temos a tendência de generalizar que existe algo de errado com todas as pessoas e com o mundo.

Mas, 500 Dias Com Ela nos mostra que esse não é o caminho mais saudável. Existe, sim, uma possibilidade de recomeçar, mas só se você tiver maturidade suficiente em enxergar o lado positivo e negativo da situação. O que você aprendeu e o que você descartou. O que você quer levar adiante para a sua vida e o que você quer deixar pra trás.

E mais uma coisa. A vida bem que podia ter os seus momentos musicais, só pra variar um pouco:


2 comentários:

Filipe de Paiva disse...

Nossa, concordo fortemente com teu texto!
Esse filme mexeu muito comigo, e eu vi um pedacinho de mim refletido em cada personagem. Da mesma forma, pude imaginar todas as músicas da trilha sonora em momentos específicos da minha vida.

E fato que o mundo seria um lugar melhor se as pessoas simplesmente dançassem e, mesmo sem ser o caso do filme, cantassem para expressar seus sentimentos, seus momentos.

Viva a simplicidade e a honestidade de "(500)"!

Tyler Bazz disse...

É um dos melhores filmes que eu vi ultimamente.