sábado, 6 de fevereiro de 2010

Lounge Music

Uma das coisas mais estranhas quando você começa a crescer é notar como o seu gosto musical vai mundando junto com o seu corpo. Pelo menos pra mim, os centímetros adicionados ao meu (belo) corpo (mentira...) acompanharam, no mesmo ritmo, uma certa evolução em termos musicais. Sendo um pré-adolescente em meados da década de 1990 (certo, já pode começar a fazer as contas...), já passei pela minha fase Nevermind da vida. Me lembro, especificamente, de como os Samashing Pumpkins me deixaram impressionado com aqueles video clips do álbum The Mellon Collie and the Infinite Sadness, em uma época em que a MTV ainda engatinhava no Brasil. Sim, eu assisti o começo da MTV no Brasil...um idoso, praticamente! Depois disso, passei a ouvir mais essas bandas de rocks mainstream, e até mesmo algumas mais antigas, sempre com a influência de amigos iniciados.

Mas...daí vem a idade e um certo amadurecimento. Você começa a ficar mais independente e infinitamente mais seguro da pessoa que você é. E o mais importante de tudo: você começa a saber exatamente o que você quer e o que gosta. E, obviamente, isso reflete no seu gosto musical.

Resultado: de rock e coisinhas mais pesadas, passei a coisas bem mais leves. Hoje, muito agrada o meu ouvido músicas com pegadas mais para o jazz, soul, folk e um bom MPB. Entretanto, o mais estranho de tudo, foi começar a curtir (e muito) um estilo que eu jamais pensei existir, e menos ainda me viciar: lounge music.

Pra quem não tem idéia do que seja isso, Lounge Music é como se fosse um estilo de música eletrônica, mas com batidas bem leves. É comum, também, que se misturem outros ritmos ao eletrônico (qualquer um que seja, como se pode perceber logo abaixo...só continuar lendo) e tambem vocais. Foi por causa dessas características que veio o termo "música ambiente". É ideal para restaurantes, bares e cafeterias com um ambiente mais intimista. Eu gosto para momentos quando eu quero desestressar a cabeça quente, para concentrar e para trânsito congestionado.

Existem vários grupos e DJ's que fazem esse tipo de som. Um dos meus preferidos é o Thievery Corporation. A dupla de DJ's vinda de Washington D.C ficou mais conhecida por uma música na trilha do filme-cult Garden State. Fãs da bossa nova brasileira, os caras também sempre misturam o ritmo brasileiro com as batidas eletrônicas. Um dos melhores CD's é o Versions que, como o nome diz, trás uma coletânea de versões muito bacanas de várias músicas.



Outro que sou viciado é o Air. Essa dupla francesa se destaca por não abusar muito do eletrônico e priorizar mais intrumentos reais. É comum nas músicas pianos, baixos e também vocais. O Moon Safari é um dos melhores albuns do gênero. Ficaram famosos, também, por terem feito a trilha sonora de Virgens Suicidas, da Sofia Coppola. É bem mais sofisticado do que o resto, talvez pela formação musical dos caras.
Um exemplo:


Outro totalmente fantástico e único é o Gotan Project. O trio (mais uma vez) francês, apaixonado por tango, resolveu misturar o ritmo argentino com batidas eletrônicas. O resultado inusitado da mistura é algo incrívelmente empolgante:



Mais do que recomendados!




Um comentário:

Unknown disse...

Acho que essa mudança é uma coisa de ouvido mesmo .. sabe a idade vai pesando e o ouvido vai ficando mais sensivel .. mais aguçado .. dai o gosto vai mudando ... Louge music é prefeito numa cafeteria com sofá e um bom livro .. rsrs